ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 16.9.1993.

 


Aos dezesseis dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e três reuniu-se, no Plenário Octávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Segunda Sessão Solene da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Primeira Legislatura. Às dezessete horas e vinte minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada a comemorar os noventa anos de fundação do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, conforme Requerimento nº 121/93 (Processo nº 1215), de autoria do Vereador Geraldo de Matos Filho. Compuseram a Mesa: o Vereador Wilton Araújo, Presidente desta Casa; Senhor Ziuton Bohmgahren, Vice-Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; Senhor Flávio Obino, Presidente do Sistema Financeiro Estadual Banrisul-Caixa Econômica Estadual, representando o Senhor Governador do Estado; Desembargador Tupinambá Castro do Nascimento, representante do Tribunal de Justiça do Estado; Senhor André Vilarinho, representante do Procurador de Justiça do Estado; Senhor Arno Augustin, Secretário Municipal da Fazenda, representante do Senhor Prefeito Municipal; Senhor Luiz Carlos Silveira Martins, Vice-Presidente de Futebol do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; Senhor Firmino Sá Brito Cardoso, representante da Associação Riograndense de Imprensa; Senhor Paulo Odone, Deputado Estadual. Após, o Senhor Presidente convidou a todos para ouvirem, em pé, a execução do Hino Nacional. A seguir, o Senhor Presidente conce­deu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa, re­gistrando a presença do ex-Vereador desta Casa e atual Deputado Estadual Mendes Ribeiro Filho. O Vereador Geraldo de Matos Filho falou, como propositor da presente homenagem, sobre a honra que sente em saudar um clube como o Grêmio, dizendo que tem esse sentimento como Vereador e como profissional que contribuiu para algumas conquistas desse time. Agradeceu, ainda, a outorga de representação por parte das bancadas do PPS e PCdo B. O Vereador Clóvis Ilgenfritz registrou ser gremista desde criança, dizendo que se voltasse a sê-lo, novamente optaria pelo Grêmio, saudando esse clube pelas suas conquistas e dizendo que mesmo sendo a maioria da Bancada petista colorada, crê que a maior parte da militância de seu partido seja gremista. O Vereador João Dib disse que o aniversário ora comemorado pelo Grêmio, lhe confere, cronologicamente, uma adolescência histórica como instituição, conferindo-lhe, também, um futuro ainda mais promissor. Leu definição de futebol do escritor José Lins do Rego, homenageando o Grêmio em nome da pessoa do Vereador Geraldo de Matos Filho, o “Mazaropi”. O Vereador Jocelin Azambu­ja disse ser o Grêmio um patrimônio desportivo de todo País, registrando ter praticado atletismo nesse clube há anos atrás. Afirmou que, como colorado, nutre grande respeito pelo Grêmio, registrando que o primeiro jogo que assistiu em sua vida foi no Estádio Olímpico. O Vereador Milton Zuanazzi registrou suas ligações com o Grêmio desde a infância, dizendo que nasceu em mil novecentos e cinqüenta e seis, junto com o Estádio Olímpico. Fez especial saudação à Escolinha do Grêmio, afirmando que é de lá que surgem os grandes craques e os verdadeiros apaixonados pe­lo Grêmio. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou que o Suplente Reginaldo Pujol tomou posse no dia de hoje, no Gabinete da Presidência, em substituição ao Vereador Jair Soares, em Licença para Tratar de Interesses Particulares, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. O Vereador Reginaldo Pujol registrou a imensa honra que sente em prestar essa homenagem ao Grêmio, citando vários de seus dirigentes, atuais e passados, e prestando especial saudação a esse clube na pessoa do Vereador Geraldo de Matos Filho, o “Mazaropi”, por suas defesas como goleiro do referido time. Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Luiz Carlos Silveira Martins, Vice-Presidente de Futebol do Grêmio, que registrou a satisfação em falar em nome do Grêmio, agradecendo a homenagem prestada por este Legislativo e dizendo ficar emo­cionado ao ouvir gremistas de várias gerações. Falou, ainda, sobre a dificuldade de se por a altura de grandes dirigentes do Grêmio, que através dos anos o tornaram tão forte e vencedor. Em prosseguimento, às dezoito horas e trinta e sete minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrada a presente Sessão. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Wilton Araújo e secretariados pelo Vereador Geraldo de Matos Filho, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Geraldo de Matos Filho, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Damos por abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, que visa a assinalar os 90 anos de fundação do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.

Convido a todos para que, de pé, ouçamos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passaremos a palavra aos oradores que irão representar a Câmara Municipal de Porto Alegre.

O primeiro orador, proponente desta homenagem, falará em nome de seu Partido, o PMDB, também pelo PPS e pelo PCdoB.

Com a palavra, o Ver. Geraldo de Matos Filho - o Mazaropi.

 

O SR. GERALDO DE MATOS FILHO: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Wilton Araújo, Exmo. Sr. Vice-Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, Dr. Luiz Carlos Silveira Martins, Exmo. Sr. Representante da Associação Riograndense de Imprensa, Jornalista Firmino Sá Brito Cardoso, gremistas aqui presentes e colegas Vereadores. (Lê.)

“Aqueles que me conhecem sabem que sou mais ligado à ação do que às palavras, por isso, serei breve, estender-me sobre a história do Grêmio seria um ato imprudente e improdutivo diante do conhecimento que tenho a certeza todos aqui presentes possuem a respeito da trajetória deste clube, cujas conquistas fazem parte da história do clube e do desporto gaúcho. O Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense foi fundado em quinze de setembro de mil novecentos e três, na baixada da Rua Mostardeiro e ao longo destes noventa anos de atividade o Grêmio fez e participou da história do futebol sempre trabalhando para o bem social, cultural e esportivo.

Apesar de meus princípios repudiarem o orgulho, hoje sinto-me duplamente orgulhoso: em primeiro lugar, pela oportunidade de homenagear, publicamente, este campeoníssimo clube que tantas alegrias já deu, e, tenho certeza, ainda dará à torcida gremista, em segundo lugar, vem o meu prazer e alegria difíceis de transmitir por ter contribuído profissionalmente e de coração, ainda que modestamente, para algumas das vitórias conquistadas pelo Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.

Tenho a certeza de que os milhares de torcedores que integram a imensa família gremista também desejariam estar aqui neste momento, para num clamor único, homenagear o clube de seu coração, pioneiro, que conseguiu projetar o futebol gaúcho a nível nacional e internacional e que presenteou o povo gaúcho com os títulos de Campeão da América e Campeão Mundial Interclubes, em mil novecentos e oitenta e três.

Nada mais justo, mais legítimo do que reconhecer o esforço, o trabalho e a dedicação dos dirigentes, atletas e a família gremista que por quase um século têm conduzido o Grêmio a inúmeras vitórias, garantindo a admiração e alegria de milhares de torcedores.”

Para finalizar, Sr. Presidente, gostaria de agradecer a esta Casa, ao PPS e ao PCdoB que me honra representá-los neste momento e, ao mesmo tempo, agradecer ao Grêmio, a sua torcida, aos seus dirigentes e aos seus funcionários a oportunidade que me deram de vestir durante seis anos e meio esta gloriosa camisa tricolor, isto me enche de honra, de prazer e de alegria, e agradecer a esta Casa, mais uma vez, a oportunidade de homenagear o Grêmio na passagem dos seus noventa anos de existência.

Parabéns, gremistas! Continuem com sucesso e com conquistas para a alegria, não só de seus torcedores, mas para o futebol gaúcho e para o Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de registrar as presenças dos ex-Presidentes do Grêmio Futebol Porto-Alegrense, além dos que já fazem parte da Mesa, os Srs. Mário Cunha, Renato Souza, Fachin, Alberto Galia e Rude Petry, além do Sr. Diretor de Departamento Amador da Federação Gaúcha de Futebol Dr. Getúlio Santos.

Queremos também agradecer a presença de um ex-Vereador ligado ao Grêmio, João Severiano, o Joãozinho, que está aqui conosco mais uma vez, do ex- Vereador Frederico Barbosa e registrar as presenças dos Vereadores Elói Guimarães, Pedro Ruas, Fernando Záchia, Luiz Negrinho, Pedro Américo Leal, além dos oradores inscritos para representar seus Partidos.

Com a palavra, para falar em nome de seu Partido e da Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente Ver. Wilton Araújo. Exmo. Sr. Ziuton Bohmgahren, Vice-Presidente do Grêmio Futebol Porto-Alegrense. Demais autoridades já nominadas que participam da Mesa. Exmos. Srs. Vereadores. Gremistas, Ex-Presidentes, Ex-Vereadores que nos visitam. Platéia que abrilhanta essa homenagem que consideramos justa, oportuna e de iniciativa de um dos nossos ídolos que, hoje, para nossa felicidade, convive conosco aqui na Câmara, o nosso Vereador, Mazaropi. Hoje não é o Geraldo de Matos F°, é Mazaropi.

Eu, quando criança, como todas as pessoas, escolhi um time, um clube. Na época, lembro-me de grandes ídolos como Geada e Tesourinha. Se hoje eu fosse criança, seria, seguramente, do Grêmio e teria um ídolo como Mazaropi para me orientar nessa escolha.

Com isso, quero saudar os gremistas, a torcida gremista e a todos os esportistas do Estado e do nosso País em nome da Bancada do PT, Partido dos Trabalhadores, com seus dez Vereadores, inclusive em nome da nossa militância. Conforme já é uma tradição em nosso Estado, os gaúchos dividem-se em dois grandes times. Todos nós temos mais de um clube. Um é gremista e São Luiz de Ijuí, como é o meu caso. Em algumas horas difíceis, sou São Luiz de Ijuí, mas sou gremista desde criança e continuarei sendo, com muita honra. Outros são colorados e são de outro clube de sua região, de sua cidade. Isso é uma história que o Rio Grande do Sul tem e que é singular no Brasil.

Cada vez que se discute alguma coisa neste Plenário, na Câmara, sobre a questão do esporte, seja esporte amador ou dos grandes clubes, como o futebol profissional, entra em jogo Grêmio e Internacional.

Agora mesmo, quando eu vinha para a Tribuna, um colorado de grande destaque me disse: “Olha, sê rápido. Tem que ser três minutos.” Gente boa, mas colorado. Tem horas que nós estamos juntos, tem outras, que não. Eu queria saudar também os colorados como um gremista e como um político, aprendendo, conforme me ensinou, ontem, o Pedro Ruas, que aprendeu de um velho político, que falou: “A gente diz eu sou gremista e não nego, mas meus grandes amigos estão no internacional.” Então, eu queria dizer que tenho grandes amigos no Internacional, mas sou daqueles gremistas que sofre quando a gente perde, quando a gente empata, como aconteceu no último domingo, não dava para acontecer e eu, levando uma flauta. Mas há muito mais horas de alegrias do que sofrimentos. Porque o Grêmio é uma glória do nosso esporte, não só no futebol, mas em muitos esportes, na pluralidade da sua ação esportiva e de lazer, na área abrangida pelo clube que representa, hoje, a metade dos gaúchos. E quando eu falei que representava a Bancada de dez Vereadores, devo confessar que na Bancada, atualmente, nós, gremistas, somos minoria, mas na base do Partido, tenho certeza de que somos maioria. Então, essa disputa vai continuar. Nós queríamos, de uma forma bastante informal e achando que este é um momento de festa, dizer que nos honra muito falar em nome do PT para os gremistas, saudando a sua Diretoria, os seus atletas em todas as modalidades de esportes, seus associados, dizer que as estrelas que estão na bandeira do Grêmio honram todos os gaúchos e brasileiros. Foi citado, pelo nosso companheiro Ver. Mazaropi, a estrela de campeão do mundo e nada melhor para um gremista do que essa estrela em momentos de dificuldade. Porque a gente sempre diz: “Mas vocês já foram campeões do mundo, e a estrelinha aquela, vocês vão colocar quando na bandeira?” E eu queria saudar, também, um momento feliz desta Câmara que, durante uma Sessão desta semana aprovou um Projeto de Lei que, seguramente será sancionado pelo Sr. Prefeito Municipal, porque inclusive é um projeto do Executivo, que cria em Porto Alegre a Secretaria Municipal de Esportes. Tenho certeza que será uma Secretaria que irá ter o apoio, o acolhimento dos grandes clubes, no sentido do incentivo ao esporte em geral, em especial o esporte amador e a formação de grandes atletas e grandes cidadãos porque quem pratica o esporte e se coloca dentro daquelas regras éticas e disciplinares do esporte tem meio caminho andado, senão muito mais, para o exercício da cidadania. Nós achamos que o esporte é importante na atividade humana, tão importante quanto outras atividades vitais, principalmente neste aspecto da cidadania, da democracia, do respeito mútuo, da desportividade que todos nós achamos que deve existir em cada pessoa.

O nosso abraço, a nossa saudação, desculpe se passei dos três minutos, mas de todo coração ao Grêmio a nossa homenagem. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito Ver. João Dib, que falará em nome da sua Bancada, o PPR.

 

O SR. JOÃO DIB: Meu caro Presidente, Ver. Wilton Araújo, meu caro Vice-Presidente do Grêmio, Dr. Ziuton Bohmgahren, autoridades já nominadas, Vereadores, meus queridos companheiros gremistas.

Noventa anos, é muito tempo, é pouco tempo? Bom, depende. Se nós considerarmos as pessoas é um tempo, no mínimo, razoável; numa entidade de tantas glórias como o Grêmio é um tempo que lhe dá quase uma adolescência, mas lhe dá muito mais forças e muito mais oportunidades de glórias imensas. Mas, não vou falar das glórias do Grêmio, do passado do Grêmio, até porquê, aqui, tem gente que sabe muito mais do que eu. Eu vou ler uma definição de José Lins do Rego sobre futebol. Então, ele diz: “O futebol, é como o carnaval, um agente de confraternidade. Liga os homens no amor e no ódio. Faz com que eles gritem as mesmas palavras, e admirem e exaltem os mesmos heróis. Quando me jogo em uma arquibancada, nos portões de um estádio cheio, ponho-me a observar, a ver, a escutar. E vejo e escuto muita coisa viva, vejo e escuto o povo em plena criação.” O quê que é um time de futebol senão a sua diretoria com seu Presidente. E o Grêmio teve presidentes extraordinários e não vou citar todos, mas é necessário que eu dê um abraço a cada um deles e o faço na figura ilustre de Fábio Koff, Presidente Campeão da América, Presidente Campeão do Mundo e que este ano há de levar o Grêmio às glórias do Campeonato Gaúcho e mais ainda. É um conselho, sempre presidido no Grêmio, por figuras extraordinárias, ilustres e que honram a tradição tricolor de dar tudo de si para se conquistar o melhor e vou escolher a pessoa de Fábio Obino, aquele que diz que o Grêmio é a vida de muitas vidas. E, depois do conselho, temos o patrono do Clube, o nosso querido Dr. Fernando Kröeff, que em todos os momentos de angústia, de dificuldades que nós vivemos, Fernando Kröeff está lá com a sua palavra sábia, sua serenidade, sua tranqüilidade para dizer que gremista é um estado de espírito e temos de encontrar a solução e ele ajuda. O que é um clube de futebol senão uma plêiade de atletas, e ao longo desses 90 anos o Grêmio teve atletas extraordinários e vou abraçar um deles porque não posso abraçar a todos. A um que posso chamar de exemplo no campo e fora dele. Eu vou abraçar o nosso Mazaropi, gigante na sua humildade; tão bom Vereador quanto foi goleiro do nosso Grêmio, quanto foi profissional e atleta. Então, os atletas do Grêmio recebem o meu abraço. Vou buscar um treinador que é outra peça essencial para o futebol e vou buscar a figura, para mim inesquecível e sempre presente ainda estando entre nós, para a nossa felicidade, de Osvaldo rola, jogador de futebol, juiz, mas grande treinador do Grêmio; gremista, como todos nós e, finalmente, a torcida; esta é grande, muito grande, sendo 50% dos gaúchos; metade mais 10%, isto no Rio Grande do Sul. Milhares e milhares de brasileiros espalhados pela nossa Pátria e muitos deles, inclusive não-brasileiros no exterior, também são gremistas. Esta torcida do Grêmio é uma peça extremamente importante. Chora! Canta! Ri! Esbraveja! Amaldiçoa! Mas, de repente, se une e diz aquilo que nós sempre achamos: Grêmio é sinônimo de glória. Parabéns à torcida, à Diretoria, a todos nós que somos gremistas e que tenhamos razões para contar muito mais glórias e felicidades. Saúde a todos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador a se manifestar pela Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro e pela Casa, Vereador Jocelin Azambuja.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Prezado Presidente desta Casa, Vereador Wilton Araújo, Doutor Ziuton Bohmgahren, Vice-Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, demais Autoridades que compõem a Mesa e que já foram nominadas pelos colegas que nos antecederam, Senhores Vereadores, demais Autoridades presentes, torcedores do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e atletas. Acho que a reflexão, no momento em que se comemora noventa anos de existência de um Clube como o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, que é patrimônio não só do Rio Grande, mas deste País, em termos esportivos, serve, também, para se refletir um pouco dentro desta história do Grêmio, até porque eu tive a oportunidade de ser atleta deste Clube, mas não só de futebol; de atletismo, na época em que o Grêmio tinha atletismo, quem sabe um dia vai ter novamente, e tinha aquela bela pista de corridas e eu era um menino de 12 anos e corria naquela pista; tinha até futuro, mas não tive dinheiro para continuar treinando, mas tinha futuro como atleta, me dizia aquele grande treinador de grandes atletas que o Grêmio teve e grandes medalhas foram conquistadas em Panamericano e sul-americanos de atletismo. Lembro do Sérgio Lexal, hoje, diretor do DAER. Ele ganhou uma medalha pelo Grêmio, no atletismo, e outros amigos que na época praticavam o atletismo. O Grêmio foi um grande motivador e um grande estimulador de várias gerações nesta área. Claro que sempre predominou, e como time de futebol tinha que predominar o futebol. E eu também era apaixonado por futebol, tanto que o primeiro jogo a que eu assisti fui levado por um gremista fanático, o Sr. João Assunção Lima, hoje falecido, figura que estava sempre dentro do Grêmio estudantil, exator estadual, levou-me a assistir o primeiro jogo da minha vida, à noite no Estádio Olímpico; um jogo contra o Vasco da Gama. Apesar de tudo isso, não me tornei gremista, acabei sendo realmente um colorado.

Achei que seria extremamente positivo fazer o relato desta integração que um clube de futebol como o Grêmio Porto-Alegrense permite à sociedade, permite à comunidade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. É importante também, e foi este o sentimento também dos Vereadores da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, acharmos que o Ver. Mazaropi foi extremamente feliz não só por ter proposto esta Solene em homenagem ao Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, mas também por ter proposto a criação do Largo - que ontem foi feita a inauguração da pedra fundamental, na confluência da Av. Goethe que, realmente, é mais uma homenagem a estes 90 anos do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.

Esta reflexão que se faz de um clube de futebol, é que o futebol é um dos esportes, como dizem os sociólogos, um dos esportes que permite o maior processo democrático da sociedade. E é por isso cada vez mais, todos os países, do mundo inteiro, voltam-se e estimulam a prática do futebol. Porque no futebol se permite destituir presidente, destituir os maus craques, enfim, agilizar um processo democrático em que o povo exercita o seu poder, que muitas vezes na sociedade organizada é impedido. Mas lá, no estádio de futebol, lá no Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, o torcedor é que manda, é ele que comanda, é ele que vê se o técnico vai continuar, se o dirigente vai continuar ou não. Não adianta o pessoal se reunir no Conselho e achar que vai comandar tudo, porque não. A torcida vai falar mais alto.

E é por isso que o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense chegou a campeão do mundo, porque sempre, apesar dos grandes dirigentes que teve, sempre quem falou mais alto lá dentro, foi justamente a sua torcida. É por isso que o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense tornou-se grande, e é por isso que o Sport Clube Internacional e outros tantos clubes tornarem-se grandes. Porque esse processo, esse sentimento de democracia que existe no ser humano se fortalece, se revigora dentro da prática do futebol. E é por isso que os estádios lotam, as pessoas vão lá e gritam, impõem as suas posições e exigem, e fizeram com que o Grêmio tivesse 90 anos e fosse Campeão do Mundo. Pela democracia. E pela democracia é que estamos aqui hoje, homenageando o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, e por essa democracia é que queremos comemorar muito e muitos anos de glória para o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, para a sua torcida em especial, nesta homenagem que fazemos a todos os seus dirigentes e a todos aqueles que amam o esporte, que amam o futebol.

Receba, o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense o nosso carinho, a homenagem do Partido Trabalhista Brasileiro, e o sentimento de que nós precisamos continuar construindo a democracia neste País, que precisamos continuar processando uma participação efetiva da torcida, das massas dentro dos campos de futebol, tornando, cada vez mais, o futebol popular, criando mecanismos para que o torcedor lote, constantemente o Olímpico, lote todas as praças esportivas, e exercite o seu direito inalienável de fazer essa democracia que tanto nós queremos. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Sr. Milton Zuanazzi.

 

O SR. MILTON ZUANAZZI: Prezado Presidente Wilton Araújo; Vice-Presidente do Grêmio. Dr. Ziuton Bohmgahren e demais autoridades já nominadas.

Em nome de meu Partido, o PDT, eu quero prestar minha homenagem aos 90 anos do meu tricolor.

O que seria do mundo se não houvesse a paixão. Essa reflexão que um time de futebol, que completa 90 anos, que está no coração de gente, é que merece ser feita. Eu quero começar essa reflexão, essa homenagem. Sei que está aqui representada a Escolinha de Futebol do Grêmio. (Palmas.) Porque ali na Escolinha é que se formam os atletas, os craques e os apaixonados pelo Grêmio. É na infância que criamos este espírito da paixão. Eu, meu caro amigo particular, Flávio Obino, eu nasci com o Olímpico, 1956. Aquele time que tinha como treinador o Foguinho, Dr. Ari Delgado era o Presidente do Clube; aquele que tinha Figueró, Airton, Ênio Rodrigues, Mauro, Welton, Hercílio, Juares, Vieira, faltam alguns. Um deles era meia esquerda, depois foi treinador do Grêmio, Milton, e o outro era o goleiro, Sérgio Moacir Torres. Em homenagem a eles eu tive o nome de Milton Sérgio, no ano de 1956. (Palmas.) Compulsoriamente nasci gremista. Tinha um irmão mais velho que era verdadeiramente apaixonado e me impôs esse nome, que carrego comigo, Milton Sérgio. Um ano depois o Sérgio foi para o Internacional. Talvez um dos primeiros exemplos da história da dupla grenal, em que um jogador saiu do Grêmio e foi para o Inter e vice-versa. Meu irmão tentou em vão tirar o nome de Sérgio, e assim eu carrego esse nome para o resto da vida.

Depois, com 6 ou 7 anos, ouvindo, lá no interior, no meu Bom Jesus, um radinho, esse Grêmio glorioso da minha infância. De 56 a 68, o Grêmio só perdeu o título de 61. Depois recuperou, naquele famoso supercampeonato de 62, e foi até 68 no hepta. Está aqui o representante, meu amigo Joãozinho. Aquele time do Alberto (manifestação nas galerias.), Altemir, Paulo Souza, Áurio, Everaldo, Cléo, Sérgio Lopes, Babá, Joãozinho, Alcindo e Volmir; time glorioso de 68.

Este foi o Grêmio que a minha infância fez, como faz, certamente, a Escolinha, e que faz entrarmos em nosso coração. Assim acredito que deva ser com o nosso adversário tradicional, com os colorados e com outros times do Brasil.

Deve existir milhares de jovens que têm o nome dos jogadores; representantes a mostrar que o futebol tem este vínculo, direto com a vida, com a família. Não há nada mais honroso para os pais do que o nome de seu filho. E deve ter milhares de jovens que levam o nome de atletas, quem sabe de dirigentes do nosso Grêmio, ou de outras personagens que dedicaram a sua vida ao nosso Clube. Essa integração faz o Grêmio ser eternamente jovem, nesses noventa anos, eternamente criança.

Quero reverenciar o que já foi reverenciado, este Grêmio tricolor, Campeão do Brasil, Campeão da América, Campeão do Mundo, essa estrela tão bem lembrada, orgulho para nós gremistas, orgulho para nós brasileiros. Apesar daqueles anos 70 difíceis; lembro do filme “deu prá ti anos 70”, do nosso artista gaúcho, esse era o sentimento que nós, gremistas, tínhamos. Recordo-me bem daquele famoso campeonato, da quebra do monopólio Colorado, dos anos 70; do gol do pucheta do André. Eu estava na arquibancada, invadi o campo, dez minutos antes de terminar o jogo. Era muito forte o Grêmio dentro de nós. Era muito pesado para agüentarmos aqueles dez minutos finais do Gre-Nal. Aquele Gre-Nal era nosso, não tinha mais dúvidas. Nós entramos campo adentro.

Até um tempo atrás, eu tinha um pedaço da rede do Grêmio. A torcida, praticamente, destruiu o Estádio Olímpico. Eu fiquei com um pedaço daquela rede, guardei na minha Casa como lembrança daquele sofrimento, dos anos 70.

Os anos 80 foram anos do nosso Campeonato Mundial e, como dizia, nossa propaganda que na verdade era, também, uma flauta: nada pode ser maior do ser Campeão do Mundo.

Então, aí o Grêmio conseguiu mostrar à sua torcida, mostrar para essa juventude, mostrar para todo o coração gremista a sua grandeza, o seu momento maior.

Eu não posso encerrar, Senhores e Senhoras, sem prestar uma homenagem do nosso partido, do PDT, aos conselheiros do Grêmio, que a gente sabe que dedicam as suas vidas ao clube, são os nossos dirigentes que podem errar aqui ou lá, mas são gremistas acima de tudo; não posso deixar de lembrar também os funcionários do clube que estão lá no dia-a-dia dando de tudo para que o Grêmio seja grande e não posso deixar de lembrar a torcida organizada do Grêmio, a máquina que aqui está com suas faixas e toda a torcida e essa torcida organizada e sempre que a vejo no estádio abanando a bandeira, eu lembro do nosso hino. Eu acho que essa torcida organizada vai com o Grêmio onde o Grêmio estiver e sempre a pé se for preciso. Então, essa torcida merece, dos outros torcedores que não são membros dessa torcida organizada, um carinho, uma reverência neste momento. Essa do “até a pé nós iremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver” é que é a verdadeira poesia da paixão. Noventa anos de glória tem o imortal tricolor. Viva o Grêmio e o imenso povo tricolor. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Reginaldo Pujol que falará em nome de seu Partido.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente da Casa, Ver. Wilton Araújo, Digníssimo Vice-Presidente do Grêmio Porto-Alegrense, Dr. Ziuton Bohmgaren, hoje aqui representando o Dr. Fábio André Koff, laureado presidente do Campeão do Mundo, o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, nesta Mesa repleta de autoridades eu quero confessar que eu vivo com uma certa dificuldade, não sei se, por exemplo, se saúdo o representante do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, de Presidente do complexo financeiro do Estado, o Dr. Flávio Obino, ou se saúdo o meu amigo Presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Futebol Porto-Alegrense. Prefiro a segunda hipótese, até para não perder o vício. Não se saúdo o representante do poder legislativo do Estado do Rio grande do Sul, Dep. Paulo Odone, ou se saúdo o ex-Presidente do nosso clube homenageado no dia de hoje. Ficarei, também, com a segunda hipótese. Vejo, na Mesa, as autoridades das mais diversas, inclusive, do Poder Judiciário. Figuras expressivas da vida cultural e sócio-econômica do Estado impuseram-se com respeito pelo seu gremismo como é o caso desse ilustre magistrado que hoje dignifica essa Sessão Solene com a sua presença como representante do Poder Judiciário do Estado. Companheiros gremistas, ontem por volta das 17h30min, recebi, no meu escritório de trabalho, um telefonema do Dr. Luiz Augusto B. De Carvalho, que é Presidente do Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional. Pensei que o Dr. Bastian pretendia estabelecer algum tipo de conversação comigo que não aquela que, realmente, foi o motivo da ligação. Dizia-me que o Ver. Jair Soares, Líder do Partido da Frente Liberal e seu representante nesta Casa, havia-se licenciado das atividades legislativas do dia de hoje, para que eu pudesse ocupar essa tribuna, como agora o faço, representando o partido da Frente Liberal nessa homenagem de iniciativa do dinâmico Geraldo Mattos. Impõe-se que eu faça esse registro como primeira colocação para destacar a lanheza, a fidalguia e, sobretudo, a solidariedade do meu companheiro de atividade política, o Ver. Jair Soares, que bem soube entender o quanto me honraria poder estar aqui hoje, nesta tribuna, dialogando, abertamente, com meus companheiros do Grêmio, com aqueles que partilham comigo desta situação privilegiada, e como já bem disse o Ver. João Dib, foi deferido magnificamente pelo nosso patrono Fernando Kröeff , que é esse estado de espírito, esse verdadeiro nirvana, que é ser adepto do clube das três cores, do glorioso tricolor, cujas glórias o Rio Grande canta com amor. Sou extremamente gratificado por esta situação de estar aqui, reencontrando, inclusive, nesta Casa, alguns dos seus mais eloqüentes ex-integrantes, a começar por esta figura veneranda, de grande homem público desta Cidade, e também de grande gremista, que é o Dr. Renato Souza, ex-Presidente desta Casa, (Palmas.), como é Adauri Pinto Felippi, também ex-Vereador e ex-Presidente desta Casa, (Palmas.) dão uma amostra, meu caro Geraldo de Mattos Filho, de quanto esta Casa do Povo de Porto Alegre se vincula com o Grêmio e com sua gente. Sabe o meu irmão de luta, o meu companheiro Frederico Barbosa, que comigo atuou por longo tempo nesta Casa, (Palmas.) que o Grêmio, historicamente, sempre aqui teve os melhores representantes, e que o nosso querido “Mazaropi”, perdoe-me a minha informalidade, o grande “Mazza” da mão estendida, impulsionando a bola para escanteio, naquele famoso jogo com o América de Cali, esse o Rio Grande não esquecerá jamais, “Mazaropi”, e a torcida do Grêmio o tem guardado no coração. “Mazza”, antes de você aqui já teve o Milton Martins Coelho, aquele Milton, cujo nome você, hoje, Ver. Zuanazzi, é portador, como representante do povo; aqui já esteve o Paulo Oliveira, o nosso “Paulo Lumumba”; aqui já esteve, mais recentemente, o nosso querido João Severiano, o Joãozinho, (Palmas.) que comigo partilhou o mandato inteiro, quando tínhamos tudo para nos desentendermos, ele colocava sua mão sobre meu ombro e dizia: “Ô, Puja, eu sou o Joãozinho do Grêmio, tu não podes brigar comigo.” E ninguém pode brigar com o Joãozinho, porque ele é aquele Joãozinho que conhecemos dentro do campo, como grande atleta e profissional, e fora do campo é um cidadão da melhor qualidade; foi um privilégio para mim haver convivido com ele nesta Casa , sobretudo sabendo que ele aqui foi trazido - como tu o fostes, Mazaropi - nos braços da torcida do Grêmio, que nunca trouxe para esta Casa maus representantes e tu és um exemplo que comprova a teimosia da torcida tricolor, de continuar contribuindo com Porto Alegre, elegendo grandes representantes para labutarem, não só pelo Grêmio, mas por toda a comunidade de Porto Alegre.

Hoje, quando estou vendo aqui esta plêiade de figuras ilustres do Grêmio - o Dr. Fachin, o Dr. Petry, o Dr. Galia, o Dr. Mário Antunes da Cunha, grandes ex-Presidentes do Clube - vejo-me, sobremaneira gratificado, porque observo que,  junto com estas figuras valorosas que representam o Grêmio, vencedor de tanto tempo, que poderia exemplificar na figura do Silveira Martins, do Dr. Artur Bachin, do meu querido comandante e  ilustre líder que por tanto tempo conduziu-me na vida pública com preciosos ensinamentos, ao lado dos Senhores. Hoje, temos o Ronaldo Carvalho, o Ronaldo Filho Del Maestro, do grande Luiz Carvalho, que ontem Porto Alegre homenageou, temos o Vontoria, o Meira e tantos outros companheiros que, formando esta nova geração tricolor, estão a garantir que aquele trabalho que a D. Ema Fachin, que a D. Zeina, que o Tio Bitencourt, que o Alves Azambuja realizaram e sintetizaram naquele vídeo e que termina dizendo que nada pode ser maior, e haverá de se concretizar, porque os gremistas de ontem aliados aos gremistas de hoje e de amanhã - que aqueles meninos adolescentes aqui representam - asseguram que nunca, nada impedirá que o Grêmio deixe de ser este grande Clube que é, que nada pode ser maior do que ele, porque ele é o Grêmio das conquistas no campo esportivo, dos títulos internacionais, nacionais e regionais, mas, sobretudo, é o Clube que reúne uma estirpe da sociedade rio-grandense; aquela estirpe que se define pelo desconsolo de admitir que um clube sonhado, lá nos idos de 1903, não pudesse se transformar neste Grêmio campeão do mundo,  paladino do esporte nacional, nascido em 15 de setembro, refere-se a 7 de setembro e a 20 de setembro, 7 de setembro que é o máximo da brasilidade, 20 de setembro dia da revolução farroupilha. É um pioneiro nas lutas libertárias, é o verde amarelo do Brasil, porque também é vitorioso, também projetou o esporte brasileiro, de forma limpa, não só na conquista da Libertadores, mas em todos os momentos o Grêmio levou as três cores, o azul, o preto e o branco a toda Europa, a América Central, recentemente a Ásia, em todos os quadrantes do mundo. Esse é o Grêmio, que tenho a honra de fazer parte, que é parte da nossa vida, que é parte do Rio Grande, é a glória do Rio Grande, colocado num campo de futebol, com a tradição de jamais se curvar frente às adversidades. Hoje o Grêmio é forte, muito mais pelos seus insucessos que pelos seus sucessos, foi nesse insucesso que nós fomos reunir as forças vitoriosas para trilhar a vitória e as conquistas que tivemos ao longo do tempo. Saúdo ao Grêmio na figura da sua Presidência, Dr. Ziuton Bohmgahren, saúdo na grande massa tricolor, nesta que está com o Grêmio onde o ele estiver, nesta que está palpitando no seu coração a importância de ser gremista festejando as nossas glórias, honrando o nosso passado, honrando a nossa tradição, mas nunca descuidando de continuar a batalhar para se assegurar que o Grêmio forte de hoje haverá de continuar a ser o grande forte do amanhã. Muito obrigado a todos. E viva o Grêmio! (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de registrar a presença do Dep. Mendes Ribeiro Filho, ex-Vereador desta Casa e Conselheiro do Grêmio.

Vamos conceder a palavra ao nosso querido Clube homenageado que se fará representar pelo Exmo. Sr. Luiz Carlos Silveira Martins, vice-Presidente de Futebol do Clube.

 

O SR. LUIZ CARLOS SILVEIRA MARTINS: Exmo. Sr. Presidente desta Casa ilustre Ver. Wilton Araújo; demais autoridades presentes à Mesa; ilustres Vereadores; Senhoras; Senhores; meus companheiros gremistas.

Recebi a honrosa missão de falar pelo Grêmio em nome do Presidente Fábio Koff, que não se pôde fazer presente, e por delegação especial do vice-Presidente Ziuton Bohmgahren, seu representante neste ato.

Não pode existir, para um gremista, sem nenhuma dúvida, honra maior do que falar em nome do Grêmio, mas confesso aos Senhores que neste momento encontro-me em extrema dificuldade, porque esta homenagem que está sendo prestada ao nosso Grêmio, com todo o carinho, transformou-se, sem dúvida nenhuma, ao longo desta solenidade, numa manifestação contínua de gremistas muito ilustres, mas muito ilustres mesmo. E essa dificuldade eu faço questão de transmitir aos Senhores porque realmente, depois de ouvir gremistas de todas as gerações, gremistas de todos os cantos do Rio Grande e gremista emocionados, gremistas verdadeiros, a mim me tocou muito todas essas manifestações e eu, na condição de representante oficial do Grêmio Futebol Porto-Alegrense, me sinto na obrigação de agradecer a esta Casa, Sr. Presidente, mas não posso em circunstância nenhuma dissociar uma manifestação oficial do Grêmio também de uma manifestação de caráter pessoal, porque tanto quanto aqueles que me antecederam eu tenho também esta pretensão, Sr. Presidente, de ser muito gremista. Talvez eu não tenha o poder de comunicação daqueles que me antecederam, talvez eu não saiba representar nesse momento, porque a emoção toma conta de mim, tudo aquilo que aqui foi dito, mas saibam os Senhores todos que é muito importante, que eu pessoalmente me sinto orgulhoso demais, poder chegar a esta Casa e agradecer a homenagem ao Grêmio Futebol Porto-Alegrense. É impossível uma manifestação pessoal, é rigorosamente impossível uma manifestação impessoal.

Vejam, os Senhores, que esta semana de aniversário do Grêmio, quando este clube grandioso completa 90 anos, nos traz muitas emoções. Felizmente, tenho podido participar de algumas delas. Já foi referido na tribuna e eu peço vênia eventualmente se tornar-me repetitivo, mas a emoção se apossou de mim, ontem, na Assembléia Legislativa, ouvindo o ex-Presidente Paulo Odone. Que tipo de saudação eu posso fazer aqui, neste momento, ao ilustre representante do Governo do Estado? Ora, aqui, representante do Governo do Estado, me perdoa Presidente Flávio Obino, é o grande Presidente Flávio Obino, com todo o respeito. Que tipo de manifestação eu posso fazer aqui em nome do Grêmio? Vendo aqui, neste Plenário, muitas das pessoas e já referi ao Presidente Paulo Odone, já referi ao Presidente Flávio Obino e vejo neste Plenário muitas das pessoas que, sem nenhum medo de errar, construíram a história do Grêmio. Será que eu tenho condições de representá-lo, Presidente Oli Fachin? Será que eu tenho condições de representá-lo, Presidente Mário Antunes da Cunha, Tetra-Campeão em 65? Será que eu tenho condições de representá-lo, Presidente Rudi A. Petri? Será que eu estou a sua altura, Presidente Alberto Galia e Vice-Presidente, Campeão do Mundo e Campeão da América? Será que eu tenho a sua força e o seu poder, Presidente Renato Souza? É difícil! Reitero a minha dificuldade. Será que um gremista como eu e, quando ouvi o Ver. Milton Zuanazzi se referir ao Grêmio, todas aquelas emoções que ele passava, eu também passei. Todas aquelas emoções referidas pelo Vereador, eu estava me sentindo incorporado àquelas emoções porque elas também foram minhas. Eu passei por tudo aquilo. Eu também invadi o campo e também invadi outras vezes, presidente Flávio Obino, até nos momentos de dificuldades. E aqui foi dito pelo Ver. Reginaldo Pujol que o que fez o Grêmio crescer, certamente, foram os insucessos. Mas, o sucesso de todo esse Grêmio, este sucesso calou fundo a todos nós gremistas. Quem não lembra quantas vezes, no ímpeto de torcedor, será que eu não queria me chamar João Severiano? Será que eu não quis me chamar Airton? Ou, até, Ortunho? Eu não tive a glória que teve o Ver. Milton Zuanazzi. João Severiano, o grande pequeno! Não vou falar sobre João Severiano porque não é necessário, apenas dizer, Joãozinho. O grande-pequeno João Severiano, quantas alegrias tu nos desse, a mim, especialmente, enquanto menino. Quantas vezes. Sr. Presidente, quantas vezes eu disse muito obrigado Mazaropi pelas tuas grandes defesas. Quantas e quantas vezes eu fiz essa referência. Eu digo, agora, de coração, muito obrigado Ver. Mazaropi por prestar ao nosso Grêmio esta homenagem nos seus 90 anos. Não me canso de agradecer as incontáveis defesas do Mazaropi. Registro e faço questão de referir a homenagem proposta pelo Vereador Mazaropi. O Ilustre Vereador Clovis Ilgenfritz, gremista, como nós, fez aqui desta Tribuna uma referência que me tocou fundo; nós, gremistas, sempre estamos atentos e, quando o Vereador Clovis Ilgenfritz, a quem eu muito admiro pelo seu trabalho nesta Câmara, fez uma referência citando este brilhante e Ilustre Vereador Pedro Ruas, que é um grande gremista e que tinha muitos amigos colorados, mas este grenal nós não podemos perder. Eu quero me filiar entre os meus amigos, Vereador Pedro Ruas, um gremista filiado a sua corrente de amigos e que não serão somente colorados, mas gremistas também. Se diz com toda a propriedade que aqui é a Casa do povo de Porto Alegre. Aqui, tenho certeza, se pratica a democracia, se faz o melhor por esta Cidade e por se praticar democracia, por ser a Casa do povo, o nosso co-irmão, o nosso adversário, sempre, aqui, é bem representado. Parabéns Vereador Luiz Fernando Záchia. Tenho certeza de que o Senhor representa muito bem o Sport Club Internacional. Parabéns meu amigo Luiz Augusto Bastian de Carvalho, Presidente do Conselho do Internacional. Certamente o Grêmio é grande, também pela grandeza do Internacional, mas certamente nós sempre queremos vencer este Clube, não só o Internacional; nós vivemos de vitórias, de lutas, e também de dificuldades, mas vivemos. Nós ultrapassamos essas dificuldades: com luta, sem luta, nos piores e nos melhores momentos. Este é o Grêmio que une uma coletividade, que nos emociona, que enche o Estádio Olímpico. Eu, agora, na função que exerço no Grêmio, sou testemunha do que vi em Campinas, na segunda-feira, à noite; se existiam três mil pagantes naquele estádio. Eu trago este depoimento aos Senhores: em um canto daquele Estádio do Guarani da Campinas, havia uma bandeira do Rio Grande do Sul, muitas bandeiras do Grêmio e metade do público naquele estádio era de gaúchos e gremistas. Isto emociona a todos nós. Isto nos leva, muitas vezes, a atitudes que deveriam ser melhor pensadas. Mas pelo Grêmio, para o Grêmio nós estamos dispostos a tudo.

De coração, Sr. Presidente, o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, em nome do Presidente Fábio Koff, repito, por delegação especial do Dr. Ziuton Bohmgahren, Vice-Presidente que o representa, agradece a esta Casa, a esta Câmara Municipal a homenagem que foi prestada pelos 90 anos. Fica marcada em nossos corações e em nossas mentes. O Grêmio é muito grande, o Grêmio trabalha também, como esta Casa, para o povo. Para o povo do Rio Grande do Sul. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Casa do povo de Porto Alegre, que acolheu por unanimidade o Requerimento do Ver. Mazaropi, sente-se honrada com a presença de todos vocês, que nesta tarde e noite, onde o momento solene transformou-se, transfigurou-se em um momento, como disseram os oradores, de paixão, de coração, de vontade, de trabalho. A Câmara Municipal consegue receber, consegue sentir e consegue fazer o que os gremistas, mais da metade, tenho certeza, do povo de Porto Alegre é - e vejo o olhar não muito satisfeito do Ver. Záchia - mas também devo confessar a minha “gremice”.

Por assim dizer, e dizer como Representante desta Casa estou satisfeito e fiquei emocionado. Senti a paixão e o coração bater e pulsar mais forte. Mas como magistrado, como Presidente não posso assim me comportar. Saio fora um pouquinho dos trilhos, Ver. Záchia, ilustre Representante colorado e outros colorados que aqui estão, porque me toma a emoção nesta tarde.

Gostaria, ao encerrar esta solenidade Sessão que trouxe solenidade, trouxe coração, trouxe paixão para dentro da Casa do Povo de Porto Alegre, encerrar, não menos importante, talvez o maior momento desta tarde, com o Hino do nosso Grêmio. Convido a todos para de pé ouvirmos a execução do Hino do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense. Muito obrigado.

 

(Ouve-se a execução do Hino do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.) (Palmas.)

 

O SR PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h37min.)

 

* * * * *